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RESIDÊNCIA TOMIE OHTAKE

São Paulo - SP 

Autor: Ruy Ohtake e Construtora Nelson Vitorino.

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Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA

Nome da obra: Residência Tomie Ohtake.
Data do projeto/inauguração: 1966 / 1968.
Localização: Rua Antônio de Macedo Soares, Nº 1800 – Campo Belo, São Paulo-SP.
Autor do projeto: Arquiteto Ruy Ohtake e Construtora Nelson Vitorino.
Intervenções posteriores: Duas ampliações incorporando terrenos vizinhos.
Tamanho do lote e área construída: Área construída original 445 m² - 750m² após ampliação.
Tombamento: patrimônio pelo CONPRESP em 2013, processo administrativo no. 2012-0.344.080-0; Resolução 30/13.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

ACROPOLE. Residência 2 [Casa de Tomie Ohtake]. (Número especial sobre casas de Ruy Ohtake). Acropole, São Paulo, Ano 33, n. 386, p. 16-20, jul. 1971.
ARQUIVO ARQ. Ruy Ohtake. Disponível em: <https://www.arquivo.arq.br/ruy-ohtake>. Acesso em: 28 mai. 2019.
ARQUIVO ARQ. Residência Tomie Ohtake. Disponível em: <https://www.arquivo.arq.br/residencia-tomie-ohtake>. Acesso em: 26 mai. 2019.
ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. Ruy Ohtake. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa200341/ruy-ohtake>. Acesso em: 27 mai. 2019.
FRACALOSSI, I. Clássicos da Arquitetura: Residência Tomie Ohtake / Ruy Ohtake. Archdaily (online). Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-35414/classicos-da-arquitetura-residencia-tomie-ohtake-ruy-ohtake>. Acesso em: 23 mai. 2019.
GALERIA DE ARQUITETURA. Ruy Ohtake. Disponível em:   <https://www.galeriadaarquitetura.com.br/escritorio-de-arquitetura/a-p/ruy-ohtake/65750/ >. Acesso em: 28 mai. 2019.
INSTITUTO TOMIE OHTAKE. Casa Aberta: A casa-ateliê de Tomie Ohtake. Disponível em: <https://www.institutotomieohtake.org.br/exposicoes/interna/casa-aberta-a-casa-ateliao-de-tomie-ohtake>. Acesso em: 26 mai. 2019.

SOBRE A OBRA

Residência projetada por Ruy Ohtake no final dos anos 1960 para servir de Casa Atelier para sua mãe, a artista plástica Tomie Ohtake. A artista, com sua visão poética de formas e cores, necessitava de um lar que expressasse sua essência A construção claramente brutalista é como uma obra de arte em estrutura de concreto armado aparente e com blocos também de concreto para vedação. Atualmente a casa é tombada pelo CONPRESP. A casa na Zona Sul de São Paulo, foi habitada por Tomie Ohtake desde 1970 na primeira fase da construção até a morte da artista, em 2015. Originalmente, o térreo tinha forma de “L” e a casa ocupava a parte linear do terreno, com vigas a cada 1,20 metros com um ambiente sem obstáculos, com espaços integrados e vazios. Não existem portões delimitando a fachada.  A entrada de carros é feita lateralmente com um corredor um pouco elevado em relação ao nível da garagem. Nesse ambiente uma porta de tamanho usual leva à área de serviço. Recuado está um corredor principal onde se chega a uma larga porta de vidro com painéis coloridos. Entrando, vemos primeiro o vestíbulo/antessala antes da sala de jantar e estar. É marcante no ambiente a presença das cores azul, amarelo e vermelho em paredes geométricas delimitando ambientes de serviço e dormitórios. Há a predominância do concreto aparente até nos mobiliários fixos e estantes. O monocromático realça as obras de arte e mobiliários de designers consolidados. Após as salas, em um percurso espontâneo, chegamos ao atelier seguido do dormitório principal, no outro lado do terreno linear. Estes ambientes se separam dos salões por um volume composto de dormitórios pequenos, soltos das paredes perimetrais e em desnível descendente. O atelier, desde a última ampliação, possui uma claraboia formada por uma escultural estrutura de tubos de metal e vidro. As janelas piso teto também dão destaque ao ambiente. A fachada é retirada do contexto da rua e está voltada para seu jardim privado. Desde os salões, atelier e dormitório principal a casa se abre para o pátio com esquadria de metal e vidro em toda sua extensão.
No pátio há um sombreado para piscina e uma viga curva percorrendo os dois muros limitantes com calhas de concreto para direcionar águas das chuvas a dois poços circulares. Há também um jardim exuberante de espécies tropicais e esculturas da artista ao ar livre. A residência pode ser vista como simultaneamente moradia acolhedora, ambiente criativo e lugar profícuo de encontro. Em cada traço o arquiteto Ruy preocupou-se com esse conceito. Os filhos da artista, após sua morte e tombamento do imóvel possuem planos para transformar a casa em um Centro Cultural chamado “A casa de Tomie”.

IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO 

A residência usa de artifícios modernistas, principalmente brutalista por todos os cantos. Ruy consegue mesclar a simplicidade e concreto aparente da escola paulista com elementos cariocas como as curvas na fachada interna do pátio. 
O concreto aparente do piso ao teto e a formação dos móveis no mesmo material dando continuidade a forma da casa torna o ambiente mais fluido em conjunto com a falta de paredes. A sensação do cru brutalista predomina. 

SOBRE OS AUTORES 

Ruy Ohtake nasceu em São Paulo em 1938. É um arquiteto de grande destaque nacional e internacional e designer de móveis contemporâneo. Graduado pela Universidade de São Paulo no ano de 1960 na qual trabalhou no Centro de Pesquisas e Estudos de Urbanismo. Recém-formado abriu seu próprio escritório onde desenvolveu diversas tipologias de projetos. Lecionou na Universidade Mackenzie (1963 a 1964) e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (1970 a 1995). Na última instituição, recebe o título de Professor Emérito em 2007. Em 1971 recebe o Prêmio Carlos Millan pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) pelo conjunto de sua obra. Até 1980 produziu uma arquitetura brutalista mesclando as curvas de Niemeyer com a simplicidade da escola paulista. Porém, a partir dessa data, começa a produzir uma arquitetura singular. Ruy se compromete em fazer uma arquitetura contemporânea brasileira tendo a inovação como princípio, mesclando tecnologia e plasticidade. Presidiu o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), entre 1979 e 1982. Em 1999 é reconhecido internacionalmente fazendo parte do 20° Congresso da União Internacional de Arquitetos na China, ao lado de Jean Nouvel e Tadao Ando. Em 2006 foi condecorado com o colar de Ouro pela mesma Instituição pela contribuição na arquitetura brasileira e ao IAB. Suas obras de destaque são o Hotel Unique, o Centro de Formação de Professores em Jacareí e o empreendimento Instituto Tomie Ohtake, que lhe rendeu o prêmio da 9ª Bienal de Arquitetura de Buenos Aires em 2001.

Autores da ficha: Adriane de Freitas Acosta Baldin, Alice Nunes, Caio Caccaos, Luana Jacquet, Natália Carvalho, Thais Helena Rodrigues

Data da ficha: Novembro de 2019

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