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TEATRO MUNICIPAL DE ARARAQUARA CLODOALDO MEDINA

Araraquara - SP 

Autor: Arnaldo Gonzalez Palamone Lepre e Francisco José Santoro.

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Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA

Nome da obra: Teatro Municipal de Araraquara “Clodoaldo Medina”.

Data do projeto/construção/inauguração: 1974 / 1975-76/ 1977.

Localização/perímetro: Avenida Bento de Abreu - Praça Lívio Abramo, Araraquara-SP.

Autores do projeto: Arq. Arnaldo Gonzalez Palamone Lepre e Arq. Francisco José Santoro.

Intervenções posteriores: laje de cobertura foi recoberta por telhado de fibrocimento e substituição total da esquadria.

Tamanho do lote e área construída: 11.775,00 m² / 3.100,00 m².

Tombamento: não houve.

Construção: Construtora e Comercial Torello Dinucci Ltda.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

SOBRINHO, E. L.; SANTORO, F. J.; NUSDEU, R. A. Arquitetura Moderna em Araraquara - Inventário. In: SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 3., 1999, São Paulo. Anais ... São Paulo: IV Bienal de Arquitetura, 1999. p. 1-7.

SOBRE A OBRA

Esta descrição atém-se resumidamente as principais características do projeto original. A construção do Teatro Municipal Clodoaldo Medina, inaugurado em 1977 veio suprir uma lacuna deixada com a perda do antigo Teatro (1915-1965), valiosa contribuição da Sociedade Italiana, que durante 50 anos muito contribuiu para a vida cultural da cidade.

Localizado na principal avenida de exitoso loteamento estritamente residencial, da década de 1950, importante área de expansão urbana, que traz para o município alguns conceitos mais atualizados de uso e ocupação do solo em traçado misto de vias de trânsito local e rápido, circulares e ortogonais de mãos duplas separadas por canteiros centrais: belas alamedas.

A quadra, circundada por três dessas vias arborizadas e rua ao fundo, onde o teatro está implantado, repete o mesmo desenho das outras destinadas aos lotes.

A implantação do edifício, centralizada e perpendicular à Avenida Bento de Abreu possibilitou menor ocupação e área remanescente contínua. Foi desenvolvido detalhado projeto paisagístico buscando integração espacial e de linguagem com a arquitetura, explorando esteticamente célula geométrica que se desdobrou, desde o desenho do piso, nos terraços, espelhos d’água, floreiras, canteiros, bancos e detalhes da edificação como nas saídas de emergência, entrada de serviço, receptáculos e na iluminação da praça.

O edifício está definido por volume prismático de planta retangular medindo 31x65m e 6m de altura, respeitando o gabarito do bairro, assentado sobre o chão da praça e coberto por laje  plana, cujo uso proposto pelos autores, visava devolver parcialmente o espaço da Praça  Lívio Abramo ocupado pela edificação, oferecendo à cidade generoso belvedere e bar, acessados pelas escadas circulares externas - convite para um passeio pela arquitetura e desfrute da paisagem e do sol araraquarenses. Em decorrência da volumetria do edifício foi necessária escavação parcial do terreno para se acomodar parte do complexo programa resolvida em altura. A partir da plateia o pé-direito aumenta gradualmente atingindo ao fundo altura de quatro pavimentos para abrigar subpalco, palco, três níveis de camarins e demais áreas técnicas. A ampla laje possui fechamento em vidro desde a fachada frontal passando, num jogo de transparência total à opacidade, pelo foyer, galerias que envolvem a plateia, à alvenaria fechando o volume do edifício. A marquise solta; a ampla cobertura nervurada paralela ao chão flutuando sobre vidro, com suas vigas em série arrematadas em setas, acomodando nos seus balanços a curva da laje que define o peitoril; o movimento espiralado das escadas externas, as peças vazadas tronco piramidais contornando as aberturas e volume estampado da caixa cênica conferem identidade visual desejada para o edifício.

IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO 

De concepção racionalista no projeto que engloba edifício e praça públicos os autores sugerem uma relação orgânica entre ambos, assim o teatro pode virar praça, que pode virar teatro também. Destacando-se visualmente beneficiado pelo espaço duplicado das vias de acesso, o plano paralelo ao chão que dá abrigo  mas não esconde, ao contrário, mostra; é ao mesmo tempo edificação, praças térrea e suspensa: belvedere e bar; diálogo com a paisagem, redistribui; esgota possibilidades de uso numa simples laje em sintonia com as escalas humana e urbana num rico passeio pela arquitetura e pelo paisagismo executados.  O concreto armado da sua estrutura independente; dos elementos plásticos marcantes e o conjunto harmonioso de sua esquadria dão expressão estética própria ao conjunto, qualificam e integram os espaços, revelando nos seus amplos vãos e balanços, nas formas esculturais articuladas e soltas no chão singularizado da quadra; ritmo, sombras, texturas, transparências, afastamentos, contrastes, nuances etc, simbolizando esteticamente, a liberdade de expressão com economia de meios e manutenção: basicamente concreto e vidro. 

SOBRE OS AUTORES 

Arnaldo Gonzales Palamone Lepre (1924-2001). Araraquara-SP. Arquiteto: Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, 1949.

Francisco José Santoro (1944-). Araraquara-SP. Arquiteto: Curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná, 1969.

Autores da ficha: Eduardo Lauand Sobrinho, Francisco José Santoro e René Antonio Nusdeu (“In Memorian”).

Data da ficha: Novembro de 2019

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