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EDIFÍCIO DOS BANCÁRIOS DE RIBEIRÃO PRETO

Ribeirão Preto - SP 

Autor: Oswaldo Côrrea Gonçalves, Rubens Gouvêa Carneiro Vianna e Ricardo Sievers

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Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA

Nome da obra: Edifício dos Bancários de Ribeirão Preto.

Data do projeto/construção/inauguração: 1958 (projeto).

Localização/perímetro: Rua Lafaiete, Nº 552 – Centro, Ribeirão Preto-SP.

Autor do projeto: Arq. Oswaldo Côrrea Gonçalves, Arq. Rubens Gouvêa Carneiro Vianna e Arq. Ricardo Sievers.

Intervenções posteriores: alteração de usos do térreo e sobreloja, construção de guarita e fechamento com gradil e substituição de esquadrias de madeira por alumínio na fachada.

Tamanho do lote e área construída: 675 m² / 7.000 m².

Tombamento: não houve.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

ACROPOLE. Edifício “IAPB” em Ribeirão Preto. Acrópole. São Paulo, Ano 20, n. 232, p. 134-135, fev. 1958.

ACROPOLE. A nova diretoria do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo. Acrópole. São Paulo, Ano 15, Nº 178, fev. 1953, p. 338.

BONDUKI, N.; KOURY, A. P. Os pioneiros da habitação social no Brasil. Volume 2: Inventário da produção pública no Brasil entre 1930 e 1964. São Paulo: Editora UNESP, Edições SESC São Paulo, 2014.

FICHER, S. Os Arquitetos da Poli: Ensino e Profissão em São Paulo. São Paulo: Edusp, 2005.

SOBRE A OBRA

O Edifício foi produzido pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários-IAPB em Ribeirão Preto, com projeto de Oswaldo Côrrea Gonçalves, Rubens Carneiro Vianna e Ricardo Sievers, em 1958. Possui 16 pavimentos, sendo o térreo e sobreloja originalmente voltados ao programa de usos comum da Instituição, além de áreas técnicas e de recreação e convívio dos moradores. Os demais são pavimentos-tipo destinados exclusivamente à habitação, compostos por quatro apartamentos com duas tipologias. O edifício está localizado na esquina entre as ruas Visconde de Inhaúma e Lafaiete, em frente à Praça das Bandeiras, onde se encontra a Catedral Metropolitana, no centro da cidade. Possui apenas um bloco, com uma caixa de escada e dois elevadores conectados por circulação horizontal, em todos os pavimentos. No térreo, configura-se como a entrada principal do edifício, pela Rua Lafaiete, de acesso exclusivo aos moradores, e apoio de portaria, incinerador de lixo, medidores, playground, centro social e sanitários. Por essa mesma rua, a partir de uma escada independente, as áreas do sindicato na sobreloja poderiam ser acessadas. Nesse pavimento também se previa uma unidade de apartamento, provavelmente destinada à zeladoria do edifício, com sala, um quarto, banheiro, área de serviço e cozinha, onde estava localizada a sua entrada. A agência do IAPB e as áreas de atendimento à saúde, com sala de espera, banheiros, áreas de preparo e injeção, consultório de fisioterapia, funcionariam de modo autônomo e poderiam ser diretamente acessadas pela calçada da Rua Visconde de Inhaúma. Sem estacionamento de veículos e subsolos, a edificação vence, apenas, o desnível da calçada dessa rua, em declive até a cota mais baixa, na Rua Lafaiete. Para tanto, manteve-se a laje do pavimento térreo em um mesmo nível, proporcionando maior altura de pé-direito às áreas do térreo localizadas nos níveis mais baixos, além de criar degraus para as entradas dos ambientes dispostos no alinhamento da calçada onde o terreno possui maior desnível. Atualmente, verificam-se outros usos em alguns desses ambientes, na Rua Visconde de Inhaúma, que passaram a ser ocupados por pequenas lojas comerciais, bem como a construção de uma guarita e do fechamento com gradil em parte do alinhamento da Rua Lafaiete. Além disso, constata-se ter havido alteração do projeto na obra executada, tanto pelos fechamentos em parte do térreo e sobreloja, quanto na organização funcional interna da maior tipologia de apartamento, com impacto em três das quatro fachadas do edifício. As 56 unidades habitacionais variam entre 78m² e 101m², com dois e três quartos, respectivamente, um banheiro, sala, cozinha, área de serviço, quarto e banheiro de empregada, organizados em setores íntimo, social e de serviços, com duas entradas independentes, pela sala e cozinha. Exceto no quarto de empregada, os demais ambientes dos apartamentos possuem aberturas para as fachadas, permitindo iluminação e ventilação naturais através de caixilharia ou elementos vazados. A solução estrutural com pilares de concreto de seção losangular, presentes no térreo e sobreloja, permite maior liberdade à planta desses pavimentos, enquanto transmite expressividade plástica e leveza na sustentação do volume conformado pelos pavimentos-tipo de habitação.

IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO 

O Edifício dos Bancários de Ribeirão Preto, expressa a verticalização, diversidade de usos (com equipamentos de serviços e habitação), valorização da relação com o entorno e a qualidade arquitetônica verificada em outros projetos realizados pelo IAPB. Sua racionalidade construtiva permitiu o adensamento e bom aproveitamento do terreno, com eficiente organização funcional e espacial do programa, que, associada ao uso de variados modelos de esquadrias, revestimentos e elementos de vedação, garantiram o conforto ambiental dos apartamentos em uma cidade de clima quente e seco, além de estruturarem o ritmo de composição das fachadas, conferindo qualidade estética às vistas urbanas de uma área central, onde o percurso dos pedestres acompanha o movimento de cheios e vazios da base do volume sustentado por pilotis. A utilização de materiais como as pastilhas nas fachadas, e elementos vazados cerâmicos nas áreas molhadas, alternados com as superfícies translúcidas de vidro nas áreas sociais, e venezianas horizontalmente alinhadas nas áreas íntimas, remetem à produção habitacional carioca na década anterior, enquanto os pilares de seção losangular aproximam-se da expressão brutalista paulista.

SOBRE OS AUTORES 

Rubens Carneiro Vianna (1914-1987), um dos três autores do projeto, era natural de Avaré-SP e se formou Engenheiro-Arquiteto na Escola Politécnica de São Paulo, entre 1933 e 1938. Desempenhou diversas funções em cargo público no Governo do Estado de São Paulo, como funcionário do Departamento de Obras Sanitárias da Secretaria de Saúde, sendo membro das Comissões para elaboração do Código Sanitário do Estado de São Paulo, Código de Edificações e Estudo de Zoneamento, ambos para a cidade de São Paulo. Durante o biênio 1953-1954, foi 2º secretário no Instituto dos Arquitetos, departamento de São Paulo (IAB-SP), enquanto Oswaldo Corrêa Gonçalves ocupava o cargo de 1º Secretário. Dez anos depois, Oswaldo Corrêa Gonçalves (1917-2005) se tornaria presidente do IAB-SP. Oswaldo Corrêa também se formou na Escola Politécnica de São Paulo. Primeiramente, em 1941, tornou-se Arquiteto, e em 1944, graduou-se em Engenharia Civil. Além de ter ocupado cargo de Engenheiro-Arquiteto da Divisão de Urbanismo da Prefeitura Municipal de São Paulo, fez parte do Convênio Escolar da capital paulista, executando Grupos Escolares, Ginásios e Parques Infantis. Foi autor de importantes projetos no interior do Estado, estabelecendo diversas parcerias com arquitetos como Abrahão Sanovicz e Decio Tozzi, além de Rubens Carneiro Vianna e Ricardo Sievers. O arquiteto Ricardo Morton Sievers. era argentino e havia se formado em Buenos Aires, em 1947. Em 1954, tornou-se sócio de Vianna, que já havia atuado com Oswaldo Correia Gonçalves em outros projetos, sendo o mais jovem profissional a compor a equipe do Edifício dos Bancários de Ribeirão Preto.

Autores da ficha: Maísa Fonseca de Almeida e Tatiana de Souza Gaspar.

Data da ficha: Junho de 2019

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