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O Núcleo Docomomo SP manifestar-se no apoio ao tombamento solicitado pela Prefeitura Municipal de Ilhabela para a Residência Marco Antônio Rezende (1984), de Oscar Niemeyer.

Invocamos o direito à memória e à preservação do patrimônio arquitetônico do Movimento Moderno, em defesa de sua importância para a história da arquitetura local, regional e nacional. Salientamos que a residência faz parte do “Inventário do Patrimônio Edificado e Ambiental de Ilhabela”, que foi elaborado pela Secretaria Municipal de Cultura e pelo Conselho Municipal de Cultura do Município, “objetivando o tombamento”, e no intuito de que ele fosse realizado através “de parceria entre o Conselho Municipal de Cultura e o CONDEPHAAT”. O tombamento é considerado um “instrumento complementar da política urbana municipal”, mas como o Município não possui um órgão de preservação próprio, a solicitação foi encaminhada ao CONDEPHAAT, respeitando a manifestação do desejo popular dos cidadãos no intuito de conservar o patrimônio cultural.

A residência possui planta retangular, remete à organização das casas rurais coloniais paulistas,com uma sala social central que concentra as atividades do convívio da família, ladeada pelos blocos privativos e de serviços. Essa organização se enfatiza com a ampla abertura da “porta-balcão” da sala que, à maneira de um alpendre das casas rurais da colônia, se debruça sobre o jardim que dá para o mar,conectando interior e exterior. A volumetria e a organização dos cheios e vazios é reveladora da mesma raiz: casa tradicional rural colonial paulista. O exterior mostra uma construção compacta com um telhado quatro águas, sem beiral, apoiado sobre um prisma retangular marcado por uma grande janela circular no eixo da construção. A evidente simetria compositiva que esse grande oculum indica se combina com a assimetria dos outros vãos, destacando o acesso, com uma parede inclinada que suporta um pergolado, o que remete novamente para a ideia do alpendre.

Trata-se de construção única, e importante,para o entendimento da história da arquitetura moderna brasileira. Vale tombá-la.

Fotos: Gracinha Ferreira

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