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SESC-SENAC

Santos - SP 

Autor: Oswaldo Corrêa Gonçalves

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Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA

Nome da obra: SESC-SENAC, Santos-SP.
Data do projeto / inauguração: 1956 / 1960.
Localização: Av. Conselheiro Nébias, 309, Santos-SP.
Autor do projeto: Arq. Oswaldo Corrêa Gonçalves.
Intervenções posteriores: Alteração da fachada frontal, colocação de revestimento cerâmico e outras alterações internas.
Tamanho do lote e área construída: 3.281,63 m² / 2.543,38 m².
Tombamento: não houve.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

FERRAZ, A. R. F. As pioneiras escolas modernas do SENAI e seus idealizadores. In: SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 5., 2011, São Carlos. Anais... São Carlos: IAU-USP, 2003, online. Disponível em: http://www.docomomo.org.br/seminario%205%20pdfs/026R.pdf. Acesso em: 18 mai. 2013.
GONÇALVES, O. C. Escola Sesc/Senac em Santos, SP. Habitat, São Paulo, n. 59, p.10-16, mar./abr. 1960. 
LIMA, E. A. V. A preservação da arquitetura moderna na Baixada Santista. Estudo de caso: o acervo arquitetônico de Oswaldo Corrêa Gonçalves. Dissertação (Mestrado) - Universidade Católica de Santos, Santos. 2005.

SOBRE A OBRA

O edifício Sesc-Senac de Santos (1960) está situado em uma das principais avenidas de Santos, a Avenida Conselheiro Nébias. A forma do terreno é determinante quanto à solução do partido. O edifício se compõe em dois blocos paralelos, um para cada instituição (Sesc e Senac), unificados em sua fachada por uma empena que pousa sobre um apoio recoberto de pedra trabalhada, essa linha de força acompanha o eixo externo dominante da avenida, e os blocos se contrapõem perpendicularmente, formando um eixo dominante interno, onde temos o acesso principal chegando em um pátio central que distribui a circulação aos blocos em seus acessos independentes. 
O pavimento térreo, em ambos os prédios, foi destinado às acomodações da administração, assim como às suas instalações complementares. Os pavimentos superiores, no Senac são dois e no Sesc um, abrigam as salas de aulas: no Sesc, servem para o ensino de serviços domésticos, como bordado, costura, música, moduladas em 6x4m; no Senac, aulas destinadas a alunos do curso comercial, moduladas em 8x6 m. O terceiro pavimento, com sete salas de aula, complementa o programa do Senac, essa diferença de gabarito entre os dois blocos, ajuda a decompor a planificação da fachada frontal, uma suave inclinação na empena contribui para a composição plástica de todo o edifício. 
Nas salas de aula voltadas para o norte, temos os brises horizontais móveis em placas de alumínio, evitando a incidência solar e impedindo que um excesso de luz prejudicasse o trabalho. A ventilação cruzada Norte-Sul, é feita através de aberturas de fibrocimento, de 4” de diâmetro, ao longo dos corredores, entre suas paredes e as salas. Na vista da rua para o edifício, vemos a empena repousando sobre a parede de pedra em um ângulo que caracteriza a sobriedade do conjunto, quando tocam o chão, encontram o piso de mosaico (Copacabana), um elemento curvilíneo abstrato, que rompe os limites do passeio adentrando o edifício internamente. O rigor das linhas é enfatizado horizontalmente pelos brises de alumínio e as lajes em balanço.
No uso livre da planta do recreio coberto do Senac, vemos destacados os pilotis, reforçando o sentido vertical das linhas, e os pavimentos superiores se desdobram acima como um bloco monolítico pousando por sobre esses pilares. Os acessos principais, de ambos os blocos, são marcados por marquise de concreto. Todo pavimento térreo é protegido pelas lajes em balanço, que sombreiam as janelas altas. O sistema construtivo da cobertura constitui a própria laje de forro plana, com vigas invertidas, que depois da cura do concreto, recebeu uma camada de pedregulho de rio, para que a superfície da laje permanecesse sempre fria. 
O pátio central, foi a solução adotada pelo arquiteto, para permitir a ventilação cruzada e uma iluminação mais eficiente em todos os ambientes. Ainda no pátio, temos o principal acesso à escola que distribui a circulação externa de um bloco ao outro, conectados por uma marquise.

IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO 

Esta obra (Sesc-Senac Santos) faz parte do contexto da arquitetura escolar, na época se almejava uma reformulação no ensino como um todo, e uma nova arquitetura que o representasse. A preocupação em construir prédios especificamente destinados à atividades educacionais apareceu no final dos anos 1960, usando como referencial os edifícios já projetados no Convênio Escolar, os arquitetos que projetaram os modernos “S”, utilizaram as mesmas premissas para elaboração dos edifícios, vindas desse movimento de renovação da moderna arquitetura escolar paulista. Vemos no Sesc-Senac Santos, a materialização desses modernos ideais, os dois blocos paralelos unidos na fachada pela grande empena que parece repousar sobre as paredes revestidas em pedra trabalhada, brises horizontais móveis em placa de alumínio, laje em balanço sombreando o pátio que distribui a circulação e acesso aos blocos, planta livre e pilotis.

SOBRE OS AUTORES 

Oswaldo Corrêa Gonçalves, nascido 27 de fevereiro de 1917, formado em 1941, pela Escola Politécnica de engenheiros-arquitetos. Trabalhou na prefeitura de São Paulo, e em 1953, abriu seu escritório. Um profissional de atuação marcante ao longo das décadas de 1950 a 1970, em suas obras divulgou os ideais modernistas de Le Corbusier. Um arquiteto completo, engajado no movimento moderno brasileiro, projetou edifícios, públicos e privados, como em escalas urbanísticas propondo novas soluções, inserido na política e nas questões sociais de seu tempo.
Participou ativamente na formação da profissão de arquiteto em São Paulo, pertencente ao grupo de arquitetos responsáveis pela difusão da arquitetura moderna, foi um dos fundadores, em 1943, do IAB/SP. Presente desde a primeira reunião para criação do IAB/SP, Oswaldo, foi presidente da entidade em 1962/1963. 
De 1949 a 1952, foi comissionado no 2º Convênio Escolar de São Paulo, programa de construção de escolas da Prefeitura e do Estado que vinha sendo renovado sob a direção de Hélio de Queiroz Duarte. Fazia parte do primeiro grupo de arquitetos que tiveram os projetos construídos pelo Convênio. 
Assim, surge a oportunidade de participar da produção de edifícios públicos, inicialmente projetando escolas e depois outros tipos de programas. É nesta época, que caracteriza uma das fases mais importantes de sua carreira. Entre 1956 e 1960, no que denomina a época áurea da sua produção, Oswaldo é chamado para projetar as escolas do Sesc-Senac.

Autores da ficha: Ana Elena Salvi e Apoena Amaral e Almeida; Rafael Silva Pauliquevis; Taynah Spinola Francisco; Yasmin Ferreira de Souza.

Data da ficha: Dezembro de 2019

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