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EDIFÍCIO SEDE AGÊNCIA DO BANCO DO BRASIL

Araraquara - SP 

Autor: David Libeskind

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Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA

Nome da obra: Edifício Sede Agência do Banco do Brasil.

Data do projeto/construção/inauguração: 1955 / 1965

Localização/perímetro: Rua Padre Duarte, 1355 – Araraquara-SP.

Autor do projeto: Arq. David Libeskind.

Intervenções posteriores: Alteração da entrada, criação de um chanfro na volumetria do pavimento térreo, alteração na caixilharia, construção de escada e rampa de acesso.

Tamanho do lote e área construída: 562,77 m² / 3.659,70 m².

Tombamento: não houve.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, L. T. A obra de David Libeskind: Ensaio sobre as residências unifamiliares. 2004. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2004.

BRASIL, L. T. David Libeskind: Ensaio sobre as residências unifamiliares. São Paulo: Romano Guerra / Edusp, 2007.

IBGE. Acervo dos Municípios Brasileiros. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=446369. Acesso em: 30 nov. 2019.

SABBAG, H. Y. Arquitetura bancária. Módulo, Rio de Janeiro, n. 79, p. 40-63, mar. 1984.

SEGAWA, H. A atividade bancária e sua arquitetura. Projeto, São Paulo, n. 67, p. 46-110, set. 1984.

SOBRINHO, E. L.; SANTORO, F. J.; NUSDEU, R. A. Arquitetura Moderna em Araraquara - Inventário. In: SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 3., 1999, São Paulo. Anais. São Paulo: IV Bienal de Arquitetura, 1999. p. 1-7

WISSENBACH, V. Arquitetura bancária nacional em análise. Projeto, São Paulo, n. 63, p. 4, mai. 1984.

ZANETTINI, S. Arquitetura bancária assim como todas as artes. Projeto, São Paulo, n. 26, p. 29-30, jan. 1981.

SOBRE A OBRA

A Agência do Banco do Brasil em Araraquara foi implantada no cruzamento de duas importantes vias estruturais, fora do núcleo comercial predominante na época, passando a estabelecer um novo eixo comercial e de serviços no centro. A volumetria se articula através um bloco em L com o térreo recuado em relação aos demais pavimentos. O gabarito baixo confere ao volume certa robustez, suavizada por sete elementos verticais destacados da superfície envidraçada, que rompem a simetria do cubo e se alongam sobre o terraço dando origem a um pergolado. O programa relativo ao expediente bancário se organiza no térreo, mezanino e outros cinco pavimentos. O cofre, normalmente restrito ao subsolo, se distribui por todos os andares. O terraço se destina à área de alimentação e convívio enquanto o subsolo recebe áreas técnicas e o estacionamento. Embora não siga o rigor de uma malha ortogonal, a concepção estrutural segue o pressuposto da planta livre deixando ao mobiliário a tarefa de dividir os ambientes. Os pilares recuados permitiram a transparência total das faces que se voltam para as duas ruas. As faces laterais são cegas, resultado da implantação no limite das divisas. Ambientes menos nobres foram acomodados nas faces posteriores, cujas aberturas são controladas e favorecem a ventilação cruzada. Inicialmente o acesso se dava em nível pela Rua Padre Duarte, mas intervenções posteriores transferiram a entrada principal para a esquina, alterando a volumetria e a caixilharia original e exigindo a construção de uma rampa a partir de um chanfro criado na volumetria do pavimento térreo. De acordo com o currículo do arquiteto, o projeto da agência de Araraquara data de 1955, mesmo ano em que Libeskind venceu o concurso fechado para o Conjunto Nacional e abriu caminho para uma profícua atuação profissional. O projeto aprovado na prefeitura de Araraquara data de 1965, dez anos mais tarde, período que coincide com o processo de internacionalização bancária e com a expansão de agências pelo interior dos estados brasileiros. Comumente implantadas em um terreno de esquina, essas edificações se abriam para a cidade com fachadas envidraçadas e evidenciavam o moderno através de uma arquitetura de qualidade respaldada pela relevância de seus autores. A tipologia das agências refletia o momento político brasileiro pautado pelo nacional desenvolvimentismo e pelo fortalecimento do mercado interno. Libeskind projetou diversas agências nesse período, atuando não apenas em São Paulo, mas também no Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.

IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO 

A agência do Banco do Brasil em Araraquara contribuiu para o início do processo de verticalização do centro e estabeleceu um novo eixo comercial e de serviços, destacado das vias principais consolidadas na década anterior. Traz uma tipologia distinta do contexto urbano da época, contribuindo para o chamado “efeito demonstração” e embutindo no repertório local um edifício de expressiva representatividade do moderno. 

SOBRE OS AUTORES 

Natural de Ponta Grossa, PR, arquiteto, pintor, ilustrador e artista gráfico, David Libeskind (1928-2014) passou a infância e a adolescência em Belo Horizonte. Estudou pintura desde os seis anos de idade e em 1946 começou a ter aulas na Escola do Parque com Alberto da Veiga Guinard. Instrutor de nomes importantes como Maria Helena Andrés e Amílcar de Castro, Guinard acompanhou Libeskind até 1952, vendo nele um de seus alunos mais destacados. Em 1948, Libeskind ingressa na Universidade Federal de Minas Gerais. Ao optar pela Arquitetura, é repreendido tanto por Guinard quanto pelos pais, que desejavam ter um filho engenheiro.  Durante a graduação, continua as aulas com Guinard, e tem como um de seus mentores Sylvio de Vasconcellos, responsável por lhe apresentar à arquitetura moderna. Vive durante esses anos a efervescência cultural da capital mineira, fortemente impulsionada por Oscar Niemeyer e os projetos da Pampulha. Em 1953, formado, vai para São Paulo. Desenvolve nos anos seguintes uma série de projetos, dentre eles, o Edifício São Miguel, o Posto de Puericultura e o Hospital Infantil de Sorocaba, desenhando seus projetos em um local improvisado na pensão onde morava. Apesar da tenra idade, essa produção o credenciou para vencer dois anos mais tarde, o concurso para o Conjunto Nacional, obra que se insere no processo de verticalização da capital paulista e que introduziu uma nova forma de pensar arquitetura e cidade, permitiu-lhe abrir escritório e inaugurou uma profícua atuação como arquiteto. Detentor de um importante legado, trabalhou, dentre outros, com Jorge Wilheim, Jorge Zalszupin, Roberto Burle Marx, Zanine Caldas e Joaquim Tenreiro.

Autores da ficha: Cristiane Kröhling Pinheiro Borges Bernardi, Priscila Kauana Barelli Forcel, Murilo da Silva Camargo, Bianca Alfenas Segoria, Willian Barroso de Souza, Guilherme Diniz.

Data da ficha: Novembro de 2019

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