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NOTA DE PESAR: RUY OHTAKE (1938-2021)



Formado em 1960, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Massashi Ruy Ohtake seguiu os novos rumos da arquitetura brasileira e a referenciada “escola paulista”, com uma liberdade de concepção e formal de Oscar Niemeyer e formação crítica e projetual de Vilanova Artigas. Filho da artista plástica Tomie Ohtake, suas obras refletem uma grande sensibilidade artística.


O início de sua atuação profissional foi caracterizado por uma linguagem arquitetônica formal e material marcada pela expressão plástica do concreto armado aparente, e pela exploração de texturas de elementos sem o uso de revestimentos, com instalações aparentes.


Em cada projeto imprimiu uma expressão particular, apropriou-se da natureza e do traço curvo como um gesto projetual de conexão entre o interior e o exterior, contrapondo com liberdade criativa a rigidez da ortogonalidade.


Sua concepção da casa, seguiu os princípios de uma pequena praça abrigada, espaço de encontro de amigos e familiares. Espaços concebidos segundo a dinâmica fluída da praça, que se fundem com a liberdade projetual interna ao bloco contentor, delimitado pelo lote urbano e pela implantação. A forma pura esculpida era definida pelo sistema tecnológico e estrutural, material e pelos princípios de racionalização da construção.


Reconhecido no Brasil e internacionalmente por suas obras, foi diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB na gestão 1972-73, presidiu o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico - CONDEPHAAT, entre os anos de 1979 e 1982. Atuou na docência na Universidade Presbiteriana Mackenzie, no início da década de 1960, e na Universidade Católica de Santos, entre os anos 1970 e 1995.


Foi autor de obras de residências unifamiliares, edifícios multifamiliares, edifícios comerciais, industriais, institucionais e culturais, e parques, destacando-se o projeto do Parque Ecológico do Tietê, obra de 1976. Desde o início de sua atuação profissional, em 1961, desenhou também o mobiliário de algumas de suas obras, e destacou-se pela contribuição ao desenho do mobiliário brasileiro.


Sua arquitetura de vanguarda explorou novos materiais e novas tecnologias, texturas e cores presentes no revestimento, imprimiu plástica e apresentou desafios estruturais que sensibilizam o percurso urbano e a cidade. Em cada projeto foram realizadas novas experimentações, que revelaram inquietações e obras impactantes contemporâneas.


Em seu último ano de funcionamento, 1971, a revista Acrópole dedicou ao arquiteto e urbanista uma edição especial, número 386, valorizando sua produção arquitetônica e atuação profissional na primeira década de sua carreira. Disponível em: http://www.acropole.fau.usp.br/edicao/386


Ruy Ohtake faleceu em São Paulo , em 27 de novembro de 2021, aos 83 anos. O Docomomo São Paulo expressa os seus votos de pesar aos familiares e amigos.


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