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TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO DE CONGONHAS

São Paulo

Autor: Hernani do Val Penteado

Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA


Nome da obra: Terminal de Passageiros do Aeroporto de Congonhas

Data do projeto: 1949 / inauguração: 1955.

Localização: Avenida Washington Luís, s/n°, Vila Congonhas, São Paulo-SP.

Autor(es)(as) do projeto: Arq. Hernani do Val Penteado

Intervenções posteriores: O terminal de passageiros contou com progressivas alterações desde sua construção. Por um lado, foram acrescentadas paredes divisórias para novas salas e lojas, por outro, as alas Norte e Sudeste foram largamente ampliadas, sobretudo com a construção de edifício anexo para o embarque de passageiros.

Tamanho do lote e área construída: 1.600.000 m² / 16.320 m².




INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS


COPPIO, J. P. L.; VASCO, L. S. E.; GIROTO, I. R. Entre Congonhas e Guarulhos: passagem para dois tempos da infraestrutura aeroviária paulista. In: XV Seminário Docomomo Brasil, 2023, São Carlos/São Paulo. ANAIS DO XV SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 2023.

MELLO, L. B. Aeroporto de Congonhas, terminal de passageiros: histórias da construção. São Paulo: Prêmio, 2006.

O AEROPORTO de Congonhas. Revista Acrópole. São Paulo, v. 133, n. 11193, p.5-9, maio de 1949.

SANTOS, R. R. Aeroportos: do campo de aviação à área terminal. São Paulo: Contar, 1985.

SARUÊ, R. I. E. O aeroporto de Congonhas e a cidade de São Paulo. 2004. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

SOBRE A OBRA


O Aeroporto de Congonhas, inaugurado em 1936, só teve seu terminal de passageiros definitivo construído na década de 1950, projeto de Hernani do Val Penteado e Raymond A. Jehlen. O projeto se caracterizou pela união de traços rigorosos do racionalismo Art Déco e de elementos característicos de uma arquitetura moderna. Com as obras a cargo da Sociedade Construtora e Pavimentadora “Conspavi” S/A, o terminal consistia em uma edificação em quatro corpos organizados pelo saguão central, ao qual se acopla a torre de controle e partem, a cada lado, duas longas alas (Sudeste e Norte). Além deste prédio, foi construído também o Pavilhão das Autoridades, pouco utilizado, mas ainda bem preservado, contendo obras de artistas como Di Cavalcanti e Clóvis Graciano.

Na estação Central, as alas Sudeste e Norte foram direcionadas para voos nacionais e internacionais respectivamente, contendo escritórios para as companhias e salas para o embarque e desembarque dos passageiros, serviço que se concentrava no andar térreo, enquanto que o pavimento superior das duas alas continha um longo terraço - a "prainha" -, proporcionando uma visão privilegiada dos voos que partiam e chegavam em São Paulo.

O saguão central, com pé direito duplo, reservava espaço para serviços de café e bar, contendo também as elegantes e sinuosas escadas com corrimãos de aço polido, que conduziam ao andar do mezanino, contendo as instalações de administração do aeroporto e salas para serviços como florista, engraxate e barbearia. No andar superior, um amplo salão de dança para eventos e um restaurante reforçavam a ideia de que o aeroporto seria mais do que um serviço de transporte aéreo para a cidade de São Paulo - sem que perdesse por isso, necessariamente, seu caráter elitista, típico da aviação comercial no momento. Sobre o corpo central, se destacava o volume vertical da torre de controle, conferindo monumentalidade ao conjunto. Abrigava espaços para meteorologia, centro de controle, rádio, caixa d'água, sanitários e cabine de comando. Por fim, o subsolo abrigava armazenamento de carga, despacho das companhias aéreas e almoxarifado do aeroporto, além de corredores para acesso a vias exteriores e ao embarcadouro de ônibus.




SOBRE O AUTOR


Hernani do Val Penteado (1901-1980) nasceu em Taquaritinga, SP, tornando-se engenheiro-arquiteto no ano de 1933, pela na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Rio de Janeiro. Entrou para a Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado de São Paulo em 1937, fazendo parte da Diretoria de Obras Públicas (DOP) em um contexto de grande investimento do governo para a criação de equipamentos e infraestruturas, dentro da qual elaborou seus projetos de maior evidência e reconhecimento, como o terminal de passageiros do Aeroporto de Congonhas e o Fórum de Sorocaba. Trabalhou como engenheiro-chefe (1945-1947) do escritório técnico da DOP, tendo sido nomeado diretor da Divisão Técnica do Quadro da SVOP em 1963, permanecendo no cargo até sua exoneração, em 1968. Sua carreira foi marcada pela transição de uma arquitetura estilo neocolonial para outra, de traços cada vez mais sóbrios e modernos, de modo que, ao longo de sua atuação no poder público, elaborou projetos de diversas linguagens distintas.




IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO


O edifício é um marco essencial na história da cidade de São Paulo, estando desde sua inauguração entre os aeroportos brasileiros de maior fluxo. Com uma linguagem característica de seu período, é um dos primeiros terminais aeroportuários de grande porte no país, aderindo ao princípio moderno de função como definidora da forma, essencial a um programa de tal complexidade, e estabelecendo referências projetuais para os projetos que o sucederam.


Redação da ficha: João Paulo Coppio.

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