SENAC MARÍLIA
Fonte: Fotografia do autor (2015).
Fonte: Fotografia do autor (2015).
Fotografia do autor (2015)
Fonte: Fotografia do autor (2015).
Imagens da obra
Fonte: Arquivo de Projetos da Prefeitura Municipal de Marilia
Fonte: Arquivo de Projetos da Prefeitura Municipal de Marilia
Fonte: Arquivo de Projetos da Prefeitura Municipal de Marilia
Imagens do projeto
FICHA TÉCNICA
Nome da obra: SENAC - Marília
Data da construção: 1955
Localização: Marília, Rua Paraíba, 125
Autor: Oswaldo Correa Gonçalves
Tamanho do lote e área construída: Lote: 2.920 m2
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
NASCIMENTO, Rodrigo Modesto. A preservação do patrimônio cultural no oeste paulista/Rodrigo modesto nascimento. Jundiaí: Paco editorial, 2012.
FERRAZ, Artemis R. F. Arquitetura moderna das escolas “S” paulistas, 1952-1968: Projetar para a formação do trabalhador. Tese de doutoramento. São Paulo: FAU-USP, 2008.
RAMOS, Alfredo Z. N. Os primórdios da arquitetura modernista em Marília-SP. Dissertaçao de mestrado. Bauru: FAAC-UNESP, 2017.
GATI, Catharine. Oswaldo Correa Gonçalves. Documento: Construindo a profissão, Revista AU, Abril 1995 < http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/59/construindo-a-profissao-24553-1.aspx> Acesso em: Abril. 2015.
SOBRE A OBRA
O edifício se insere na cidade em um contexto urbano, ainda em desenvolvimento em pleno crescimento industrial. Respondendo a tais demandas da indústria e também do comércio, o sistema "S" potencializa a formação de seus trabalhadores. A cidade já contava com a Escola desde 1941, situada em um prédio alugado na Avenida Sampaio Vidal, pertencente ao antigo Banco do Estado e devido à demanda das indústrias locais, bem como o crescimento do comércio agora necessitava de novas instalações para o SESC/SENAC (NASCIMENTO, 2012).
Localizada na esquina, entre a Rua Paraíba e a Avenida Nelson Spielmann, em uma área de 2.920,00 m² com declividade acentuada, é implantada em frente à Catedral e Basílica de São Bento, que conta com uma grande praça e esplanada em seu entorno, revelando uma paisagem quase que bucólica. É evidente que o destaque alcançado na paisagem urbana, através desse edifício modernista, é forte e sua implantação na junção de duas vias, trouxe atenção àquele prédio de linhas retas, laje plana, caixilharia original, pátios e jardins, marcado pela sua horizontalidade em uma área dominada por construções tradicionais com telhados de cerâmica e paredes de alvenaria.
A escola foi dividida em dois blocos principais: O SESC e o SENAC, sendo o primeiro térreo, com acesso pela Rua Paraíba, contava com salas administrativas, de serviços, salas de aula, auditório e um pátio de jogos coberto. O segundo, composto de dois pavimentos, abrigava a maior parte das salas de aula, laboratórios e outro acesso independente pela Avenida Nelson Spielmann. O ponto de ligação desses dois blocos era uma marquise coberta, sustentada por pilotis com vista para um grande e aberto pátio recreativo.
Segundo Ferraz (2008), uma característica importante e pioneira dessa obra, entre os projetos das escolas “S”, é justamente essa divisão em blocos interligados, que surge aqui, talvez relacionada com a declividade acentuada do terreno, possibilitando um segundo pavimento na parte mais alta, compatibilizando as diretrizes projetuais exigidas inicialmente. Outra característica que pode ser observada é a relação das artes plásticas com a arquitetura, característica marcante do movimento moderno, vista em diversos projetos com o uso de murais, painéis e esculturas. De autoria de Marcelo Grassman, aparece um painel de pastilha de vidro no volume do auditório-vista da fachada da Rua Paraíba e outro, em ladrilhos hidráulicos, na fachada da Avenida Nelson Spilmann.
Em 1971, a escola passa a ser utilizada somente pelo SENAC e posteriormente, em um processo iniciado desde a década de 1980, em 2005 o edifício foi tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) pelo seu relevo arquitetônico e as suas características modernistas no interior do Estado de São Paulo.
Atualmente, o edifício, mesmo após o tombamento, encontra-se em vários aspectos, descaracterizado, empobrecendo seu projeto e princípios originais. Entre tantas outras alterações, se destaca os elementos metálicos de brise, colocados em toda extensão do beiral no pátio interno, o acesso pela Avenida Nelson Spilmann foi fechado e a escada de acesso demolida e as grades de proteção colocadas em todo o contorno do lote.
SOBRE O AUTOR
Oswaldo Correa Gonçalves contribuiu e muito para a consolidação do movimento moderno no país, especialmente em São Paulo. Foi representante da primeira turma deste expoente arquitetônico e se destacou em sua atuação no IAB, na FAU-USP e nas Bienais Internacionais de Artes e de Arquitetura. (OSWALDO, 2019)
Na década de 50, período de suas obras em Marília, há uma diversificação de seus projetos e alguns consideram como um período áureo de sua produção, com o desenvolvimento das escolas “S”. Há uma forte demarcação da arquitetura modernista com programas bem resolvidos e uma intenção volumétrica marcante. A estrutura sempre aparente de seus projetos também se destaca, além dos materiais simples e naturais. O uso de mosaicos, ladrilhos e instalações com assinatura dos artistas está sempre presente em suas obras, uma marca modernista deste encontro das artes.(GATI, 2015)
Autores da pesquisa e texto sobre a obra: Alfredo Zaia Nogueira Ramos; Nilson Ghirardello